sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
A UMA PASSANTE (Charles Baudelaire)
A rua, em torno, era ensurdecedora vaia.
Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa,
Uma mulher passou, com sua mão vaidosa
Erguendo e balançando a barra alva da saia;
Pernas de estátua, era fidalga, ágil e fina.
Eu bebia, como um basbaque extravagante,
No tempestuoso céu do seu olhar distante,
A doçura que encanta e o prazer que assassina.
Brilho… e a noite depois ! – Fugitiva beldade
De um olhar que me fez nascer segunda vez,
Não mais te hei de rever senão na eternidade ?
Longe daqui ! tarde demais ! nunca talvez !
Pois não sabes de mim, não sei que fim levaste,
Tu que eu teria amado, ó tu que adivinhaste.
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